Um Tiro na Noite (USA, 1981)


Brian de Palma é incrível (eu diria que ele é foda com medo de soar vulgar, mas usar incrível não parece ser o suficiente). Toda vez que assisto a um de seus filmes fico boquiaberto com sua habilidade técnica e narrativa. Dito isso, escolhi esse Um Tiro na Noite para meio que resumir meus sentimentos pelo diretor, considerado por muitos como o mais fiel seguidor de Hitchcock, embora alguns o menosprezem como um genérico sem criatividade. Nesse aqui, John Travolta (bem longe dos requebrados que o deixaram famoso alguns anos antes) interpreta um técnico de áudio em busca do grito perfeito para um filme de suspense toscão. Certa noite, ao "coletar" diversos sons para o filme, ele acaba por gravar (em áudio, que fique bem claro) um acidente de carro envolvendo um político e resgata a mulher que estava no carro, a não muito convincente Nancy Allen. A partir daí o protagonista se envolve numa conspiração que só pode ser desvendada com a ajuda do áudio gravado. Contar mais seria estragar o prazer que esse tipo de filme proporciona ao espectador. O mais fascinante nisso tudo é a utilização de meios como o áudio e a própria imagem (um fotógrafo também estava no local e acabou registrando o acidente, embora não por acaso) para desvendar um crime e a importância que eles podem adquirir na representação da realidade. Se ambos são tomados como tal e esses podem ser facilmente editados/modificados, quão manipulada essa realidade pode se tornar? Todos sabemos que a resposta não se aplica somente aos filmes. Independente dessas questões, o que mais fascina na produção são as cenas de suspense (em câmera-lenta) e a edição, geralmente os pontos altos em qualquer de Palma. Façam uma sessão dupla com Carrie - A estranha e digam se eu não estou certo.
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http://www.youtube.com/watch?v=fOmMy52DOoE

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