Avatar (USA, UK 2009)

James Cameron é um pioneiro. Seus filmes sempre trazem algo de novo no que diz respeito aos avanços tecnológicos. O estranho é que mesmo sendo considerado um ótimo diretor, seus roteiros nunca primaram pela profundidade. De qualquer forma isso nunca me afetou, até agora pelo menos. Até mesmo Titanic, hoje em dia odiado por muitos por sua premissa bobinha, conseguiu me comover como poucos filmes fizeram até hoje. Isso considerando que eu tinha 13 anos na época de seu lançamento, fato que deve ser levado em conta. É possível que se eu visse Avatar com essa idade, eu provavelmente acharia tudo ótimo, mas não foi o caso. Acho que ter 25 anos muda tudo. Sim, o filme é uma experiência cinematográfica única, mas o roteiro é de um vazio profundo e foi esse vazio que me impediu de emergir por completo no universo alienígena criado pelo diretor. Alguns diálogos são tão ruins que não se pode deixar passar batido, assim como o uso completamente inadequado e piegas da câmera-lenta.
Falando assim até parece que eu odiei o filme. Muito pelo contrário! Todos esses defeitos de narrativa acabam por serem diminuídos (mas não apagados por completo) devido aos fantásticos efeitos especiais utilizados. Estou seguro em afirmar que personagens feitos através da computação gráfica NUNCA pareceram tão reais e cativantes. O mesmo pode ser dito do fantástico planeta, incluídos aqui a flora e a fauna, tornando Pandora um dos locais fictícios mais fascinantes já criados pela sétima-arte. Mesmo assim é impossível não imaginar como o filme teria sido se o diretor tivesse entregue o trabalho pra quem realmente sabe escrever roteiros. Que saudade de Aliens!

***1/2