Sangue Negro (USA, UK 2007)

Assisti esse filme duas vezes no cinema por duas razões: todo aquele buzz do oscar e, principalmente, por ser dirigido pelo sempre bom P. T. Andreson. Lembro que tinha achado o filme ótimo, mas um tanto superestimado. Eu não poderia ter estado mais enganado (felizmente). Revi o dvd e não pude deixar de notar todas as coisas que me passaram despercebidas antes. Provavelmente a razão pela qual eu não fiquei completamente satisfeito foi o estilo diferente adotado pelo diretor, se comparado com seus filmes anteriores. Magnólia continua sendo um dos filmes da minha vida, mas posso ver a razão pela qual Sangue Negro é considerado seu trabalho mais maduro. Não existe aqui nenhum exibição por parte do diretor. Ele se livra de todos seus maneirismos (que eu adorava, por sinal) e se concentra no personagem principal, não mais no fascinate mosaico de seres humanos que compunham suas obras anteriores. Aqui o centro de tudo é Daniel Plainview e seu degradante desligamento da humanidade, causado principalmente pela ganância e por um ódio atípico contra seus semelhantes. É ao mesmo tempo assustador e triste ver uma pessoa perder qualquer traço de racionalidade e mergulhar numa realidade paralela, infestada por solidão, decepção e sangue. O filme causa tantas sensações que fica difícil descrevê-las assim a essa hora da noite. Basta dizer que o conjunto de imagem e música empregado aqui pode ser comparado a clássicos como Casablanca e Era Uma Vez no Oeste. Nada parece fora do lugar e quando aparenta existir (a trilha-sonora, alguém?), pode apostar que é proposital. O embrulho no estômago pós-filme é a certeza disso.

*****

Comentários

Luan Machado disse…
Eu tenho esse filme. É ótimo mesmo.

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