Os Infiltrados (USA, HK, 2006)


Considero esse o melhor Scorcese da década passada não só por ter ganho o Oscar, ou por ter se tornado a maior bilheteria do autor, mas sim porque esse é aquele tipo de filme em que tudo parece certo: os atores, a trilha, o roteiro, a edição, eu poderia seguir com a lista por mais algumas linhas. Com isso não quero menosprezar filmes bastante bons (Gangues de NY, No Direction Home e O Aviador), mas ressaltar que foi somente em Os Infiltrados que se pôde reconhecer em cada frame o talento máximo de um dos mais importantes diretores americanos ainda vivos, talento esse que parecia ter diminuído depois de Os Bons Companheiros. Mas basta ver Jack Nicholson transpirando ironia para perceber que isso é passado, e esperar o melhor daqui em diante (Ilha do Medo que o diga).


Meu único porém com relação à seus novos filmes é que todos tem a mesma textura, a mesma luz, é tudo muito bonito de se ver. Não que beleza seja um problema, mas suas obras já tiveram mais personalidade visual. Agora não importa se o tema é a formação da sociedade americana, um homem excêntrico, agentes infiltrados ou a loucura, tudo parece igual, limpo demais.


Mas talvez esse tipo de comentário deva ser feito separado da crítica de um filme onde tudo está onde deveria,

ou quase.


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