Zodiac (USA, 2007)




Depois de lançar dois dos filmes mais cultuados dos anos 90 (Seven e Clube da Luta), David Fincher brincou de Hitchcock (Quarto do Pânico) e quis ganhar o oscar (Benjamin Button). Entre os dois últimos ele criou um dos filmes mais subestimados da última década. A história do assassino que aterrorizou os Estados Unidos entre os anos 60 e 70, em especial São Francisco e arredores, parece ter sido criada para o diretor. O fato de nunca terem condenado ninguém pelos crimes só aumenta minha convicção. Com um olhar impressionante para detalhes, Fincher nos apresenta uma quantidade absurda de informações sobre os assassinatos, podendo deixar um espectador menos atendo confuso, ou até mesmo entediado. Quem nos guia pelas 3 décadas que o filme cobre são personagens que beiram o excêntrico e o clichê: o cartunista tímido, o jornalista alcoólatra e o policial glutão. É a forma como os crimes e a busca pelo assassino (ou seriam assassinos?) muda a vida dessas pessoas que transforma Zodíaco em algo maior do que ele aparenta ser, tratando de obsessão como poucas vezes se viu na sétima arte. O trabalho de direção de arte é impressionante, assim como a utilização de fatos reais (um filme sobre a dupla de policiais foi realmente lançado na época) da ao filme um tom quase documental. Menos preocupado em passar por fechaduras e janelas fechadas, Fincher entrega o filme mais maduro de sua já excepcional carreira. Embora eu ainda não tenha visto A Rede Social.
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