127 Hours (USA, UK 2010)


Danny Boyle é com certeza um dos diretores mais ecléticos da atualidade. É fascinante acompanhar sua trajetória desde Trainspotting, passando por Extermínio, ganhando o oscar com Quem quer ser um milionário?, até chegar nesse 127 horas. Deslumbrado com o uso da câmera digital desde seus zumbis supersônicos, é sempre interessante perceber como ele tenta ultrapassar os limites dessa tecnologia relativamente nova dentro do cinema. A premissa desse novo filme beira ao patético de tão simples, mas a forma como é contada faz toda a diferença. Se utilizando do artifício de câmeras divididas, mas fugindo do uso tarantinesco, o diretor tenta mostrar o desespero de uma pessoa presa numa situação aparentemente sem saída. Aos poucos somos jogados para dentro dos pensamentos do personagem (um muito bom James Franco, no pun intended). Pode-se dizer que a temática é muito semelhante aquela apresentada por Sean Penn no seu Na Natureza Selvagem, mas a maneira como é mostrada torna as comparações inúteis. Enquanto no filme de 2007 a maior "vilã" era a natureza, nesse aqui o papel cabe a falta de responsabilidade, de sorte e dos arrependimentos do personagem. Meu único problema com o filme são seus momentos trippy, que acabam por tirar um pouco do impacto geral, mesmo que longe de destruir o todo. No final é bom ter em mente o que o próprio diretor disse: "É um thriller, um drama e não uma reflexão pastoral".

****1/2



Para mais detalhes sobre os acontecimentos reais:

http://www.facebook.com/pages/Aron-Ralston/105604299474030


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