Let Me In (UK, USA 2010)


Refilmagens de filmes estrangeiros para a língua inglesa não são uma prática nova, mas pode-se dizer que o atual hiato de idéias do cinema americano tem contribuído para que elas aconteçam com cada vez mais frequência. Os contras dessa transição são mais numerosos que os prós, embora coisas boas possam ser encontradas aqui e ali. Essa refilmagem do excelente original sueco está longe de ser ruim, mas a existência do outro torna a experiência um tanto frustrante, trazendo a tona a pergunta que sempre se faz nesses casos: pra que?
Para tornar o filme mais acessível e fazer mais dinheiro. Em alguns casos essa lógica funciona (O Chamado), mas em outras não. Let me In encontra-se nessa última categoria. É difícil achar uma razão para o fracasso financeiro do filme. Acredito que a proximidade de lançamento entre os dois filmes e a enorme quantidade de pessoas que assistiram ao original ao longo desse tempo (principalmente através da internet) contribuiu para tal.
Foram poucas as mudanças na narrativa, os atores são bons, a fotografia e montagem corretas, mas tudo isso não importa quando se começam as comparações. Tudo no outro filme era melhor, fluía melhor e emocionava mais. Não existe o elemento surpresa.
Talvez o filme funcione para quem não viu a produção sueca e acho deplorável que algumas pessoas escolham esse aqui pelo simples fato de terem preguiça de ler legendas. Uma coisa boa de países onde a língua principal não é o inglês é que as pessoas são mais abertas quando o assunto são filmes legendados e talvez por isso, mais abertas ao que vem de fora, coisa que não acontece entre os americanos e dificilmente acontecerá.
De qualquer forma o exercício de comparação é sempre bem-vindo.
***1/2

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