Howl (USA, 2010)


Assim como o livro On the Road, o poema Howl é considerado uma das principais obras do movimento beat (ou geração beat), que marcou todo uma geração entre os anos 50 e 60, pavimentando o caminho para o movimento hippie. Porém muito antes do "paz e amor", um grupo de artistas criou essa contracultura que apostava no desregramento dos sentidos a fim de alcançar algo maior, geralmente através do uso de drogas. O filme se concentra em um desses artistas (Allen Ginsberg) e seu poema mais famoso (o já citado Howl). Ao mesmo tempo em que animações dão vida à prosa de Ginsberg, deixando o todo um pouco confuso, vemos o julgamento do editor da obra, Lawrence Ferlinghetti, acusado de lançar no mercado material obsceno. Tal julgamento ficou bastante conhecido como um dos responsáveis por reafirmar a liberdade de expressão dentro de um país livre, principalmente se considerarmos que tudo isso aconteceu não muito tempo depois da "caça às bruxas", empreendida pelo senador McCarthy contra os comunistas. Por retratar um período tão fascinante dentro da história americana, o filme ganha alguns pontos, mas parece faltar emoção no retrato de um poeta que negava a própria sexualidade, mas acabou ajudando a quebrar um tijolo no enorme muro de preconceito que existe até hoje, mais de 50 anos depois.


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