Great Expectations

É curioso como, ao longo de pouco mais de 100 anos, o cinema teve que reinventar-se algumas vezes, a fim de sempre manter o público pagante interessado. Apesar dos altos e baixos as tentativas deram certo, até determinado ponto:
- Anos 30: o cinema p&b passa por uma crise e, voilà, surgem os filmes coloridos;
- Anos 40/50: a tv rouba uma boa parcela do público, forçando os estúdios a lançarem filmes de maior qualidade;
- Anos 50: são lançados vários filmes dentro do formato 3D, mas a grande quantidade e a baixa qualidade deles (sem mencionar o quão primitivo o formato era) acabaram por cansar a audiência.
Fora os exemplos citados acima, tivemos a invenção do vídeo-cassete, do dvd, do blu-ray e assim por diante, levando o cinema a investir na terceira dimensão (de novo). Desde o começo do século, e principalmente com documentários, muitas tentativas e experiências foram feitas, chegando ao que muitos consideram a perfeição com Avatar, em 2009. Mais de três bilhões de dólares depois, todos os estúdios lançaram inúmeras obras dentro do formato, algumas bem sucedidas e outras nem tanto (sendo delicado). É dentro desse boom que o mercado está novamente ficando saturado. Alguns culpam a baixa qualidade dos filmes, outros o lançamentos de produções que foram filmadas de forma convencional para só depois serem convertidas dentro do formato (como o último Harry Potter).


Eu acredito que essas duas situações são as principais culpadas, sem mencionar a proliferação de cinemas que supostamente oferem ao espectador a oportunidade de assistir aos filmes em 3D, mesmo que com uma qualidade bastante baixa, algo comum em um país como o nosso, que preza pelo lucro rápido sem se importar com nada a longo prazo.
Confesso que só havia assistido dois filmes dentro do formato (Avatar e Tron), sem contar com algumas animações e confesso que fiquei abismado com as qualidades técnicas de ambos, mas ao assistir o último Potter, percebi que a conversão pode arruinar uma experiência que provavelmente seria muito mais satisfátória em um cinema normal, sem os famigerados óculos e preços. Não sei dizer exatamente qual foi o problema (a granulação, a perda de contraste, o foco), mas vou pensar duas vezes antes de ver um filme que não tenha sido originalmente imaginado, e filmado, em 3D.

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