O ano de 2011 teve uma proliferação de títulos que remetem ao passado, utilizando-se de uma estética de outrora revestida pela tecnologia de hoje.
Super 8 - Uma tentativa das mais válidas em trazer para o público o tipo de magia que Spielberg & cia entregavam entre o final dos anos 70, passando pelos 80. Aqui temos ecos de vários filmes que fizeram a festa de toda uma geração de criancas, principalmente ET, Os Goonies e Conta Comigo. Só de ver a logo da Amblin o tempo pareceu retroceder, remetendo a tardes ociosas com muita bolacha bono e nescau. ***1/2
Capitão América e X-Men Primeira Classe - Ambos tratam de origens. No caso do primeiro, temos um herói que nasce da II Guerra Mundial, enfrentando nazistas e um vilão-caveira, ou seja, é quase um Indiana Jones com capa. Já no segundo, que também tem início com o nazismo, vemos o grupo de mutantes lutando em plena guerra fria, com direito a mísseis, Cuba, agentes secretos e amantes sensuais, mais James Bond impossível.
***1/2 ***1/2
Hugo - Uma das maiores surpresas e, ao mesmo tempo, decepções do ano pasado, o último filme de Scorcese nos brinda com um dos melhores usos do 3D até o momento, fazendo uma linda homenagem ao início do cinema e, principalmente, a Méliès. A recriação de alguns filmes do diretor francês em três dimensões é o tipo de sensação que só o melhor tipo de cinema pode oferecer. Infelizmente, o esmero visual e a homenagem poderiam ter tido um impacto muito maior se a mesma atenção tivesse sido dada ao roteiro (formuláico) e a direção de atores.
****1/2
O Artista - Continuando com as homenagens, temos aqui um
raríssimo exemplo de filme mudo em pleno 2011. Utilizando-se do bastante
explorado período de transição entre o cinema mudo e o sonoro (onde Cantando na Chuva seria o mais conhecido)
para homenagear a época em que Hollywood(land) engatinhava em P&B, as
atuações eram teatrais e as sessões eram seguidas por uma orquestra. Foi o grande
ganhador do oscar 2012, que de certa forma coroa esse frenesi nostálgico visto
no ano que passou.
****1/2
Drive - Da ótima sequência inicial até os créditos finais, o
filme emana a anos 80. O personagem principal é uma mistura de Clint Eastwood (Dirty Harry) e Gene Hackman (Operação França). Um anti-herói que
acaba fazendo a coisa certa através de ações bastante violentas. Provavelmente
o cult movie de 2011 e a consagração de um diretor que só tende a melhorar.
****1/2
Meia-noite em Paris – Para fechar com chave de ouro essa
sessão saudosista, temos o último Allen. Continuando a maré de bons filmes passados
em solo Europeu, onde temos Match Point
(Londres) e Vicky Cristina Barcelona
(mmmm Barcelona), Woody entrega a Owen Wilson o melhor papel de sua carreira,
jogando-o numa jornada fascinante por Paris (contar mais seria estragar a
experiência). Basta dizer que o diretor celebra a nostalgia ao mesmo tempo em
que afirma a importância de se viver o presente da melhor maneira possível.
Talvez seja essa a mensagem que o cinema como um todo deveria seguir: Sim, é
importante olhar para trás mas considerando que essa arte ainda está dando
seus primeiros passos, o presente e o futuro podem nos garantir gratas surpresas.
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